sábado, 17 de setembro de 2011

E essa solidão que me afasta de mim mesma, para quê me concentrar no meu ser? é desconcertante. é sufocante. Não quero parar e me ver crua, fragmentada, alheia e distraída nas coisas mais fúteis. Porque essa futilidade me diz pouco e quase nada.
Eu sei o que é esse silêncio, esse silêncio é a fala que eu me esguio. É o grito de socorro. Eu não quero encará-lo.
Estar sozinha é se jogar no sofá e espreitar a vida alheia na tentativa de achar um consolo, uma salvação para a minha existência. É me isolar sem escolha e deixar se afligir pela carência, essa carência de gente que um simples olhar te faz suspirar por semanas, pq foi uma atenção, uma carícia anômala na sua vida.
Carência é a pior das sensações, pq é algo móvel e instável. Qualquer ser pode ser vítima e alvo. Qualquer um!!!! Te prende numa ilusão e vc sabe que é apenas uma ilusão, mas e daí? pelo menos é algo que se está sentindo. Vc faz de alguém especial, sabendo que este alguém não tem nada de especial.
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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

#1

Hoje eu sei que o que nos separou não foi o que eu julguei que a mim faltava, mas o que em mim possuía demais: amor.
O amor demais aliado a nossa pouca experiência nos separou, esse sim foi o nosso verdadeiro fim. Poucos sabem agir quando ainda aos 14 anos encontra um amor tão prematuro e isso se refletiu nos vários términos e nos inícios durante os quase 4 anos de vivência. O amor nos sufocou.
Mas amor não se conjuga no passado, ou conjuga? Ainda não sei, o que sei é que ele estará sempre comigo, entre as poucas boas lembranças que tenho.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

#post.it

A quem estamos enganando?! cada um se liga a alguém por algum interesse específico, alguns pela materialidade outros pela sensibilidade. Todos os interesses são legítimos desde nossos, somos todos interesseiros. Vamos deixar de tiques nervosos e zelos. Aqui ninguém escapa à morbilidade do pecado.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O amor bom é facinho, de Ivan Martins*


Há conversas que nunca terminam e dúvidas que jamais desaparecem. Sobre a melhor maneira de iniciar uma relação, por exemplo. Muita gente acredita que aquilo que se ganha com facilidade se perde do mesmo jeito. Acham que as relações que exigem esforço têm mais valor. Mulheres difíceis de conquistar, homens difíceis de manter, namoros que dão trabalho - esses tendem a ser mais importantes e duradouros. Mas será verdade?

Eu suspeito que não.

Acho que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Se a garota na mesa ao lado sorri em nossa direção, começamos a reparar nos seus defeitos. Se a pessoa fosse realmente bacana não me daria bola assim de graça. Se ela não resiste aos meus escassos encantos é uma mulher fácil – e mulheres fáceis não valem nada, certo? O nome disso, damas e cavalheiros, é baixa auto-estima: não entro em clube que me queira como sócio. É engraçado, mas dói.

Também somos educados para o sacrifício. Aquilo que ganhamos sem suor não tem valor. Somos uma sociedade de lutadores, não somos? Temos de nos esforçar para obter recompensas. As coisas que realmente valem a pena são obtidas à duras penas. E por aí vai. De tanto ouvir essa conversa - na escola, no esporte, no escritório - levamos seus pressupostos para a vida afetiva. Acabamos acreditando que também no terreno do afeto deveríamos ser capazes de lutar, sofrer e triunfar. Precisamos de conquistas épicas para contar no jantar de domingo. Se for fácil demais, não vale. Amor assim não tem graça, diz um amigo meu. Será mesmo?

Minha experiência sugere o contrário.

Desde a adolescência, e no transcorrer da vida adulta, todas as mulheres importantes me caíram do céu. A moça que vomitou no meu pé na festa do centro acadêmico e me levou para dormir na sala da casa dela. Casamos. A garota de olhos tristes que eu conheci na porta do cinema e meia hora depois tomava o meu sorvete. Quase casamos? A mulher cujo nome eu perguntei na lanchonete do trabalho e 24 horas depois me chamou para uma festa. A menina do interior que resolveu dançar comigo num impulso. Nenhuma delas foi seduzida, conquistada ou convencida a gostar de mim. Elas tomaram a iniciativa – ou retribuíram sem hesitar a atenção que eu dei a elas. Toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado.

Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada. Na minha experiência, amor é um território em que coragem e a iniciativa são premiadas, mas empenho, persistência e determinação nunca trouxeram resultado.

Relato essa experiência para discutir uma questão que me parece da maior gravidade: o quanto deveríamos insistir em obter a atenção de uma pessoa que não parece retribuir os nossos sentimos?

Quem está emocionalmente disponível lida com esse tipo de dilema o tempo todo. Você conhece a figura, acha bacana, liga uns dias depois e ela não atende e nem liga de volta. O que fazer? Você sai com a pessoa, acha ela o máximo, tenta um segundo encontro e ela reluta em marcar a data. Como proceder a partir daí? Você começou uma relação, está se apaixonando, mas a outra parte, um belo dia, deixa de retornar seus telefonemas. O que se faz? Você está apaixonado ou apaixonada, levou um pé na bunda e mal consegue respirar. É o caso de tentar reconquistar ou seria melhor proteger-se e ajudar o sentimento a morrer?

Todas essas situações conduzem à mesma escolha: insistir ou desistir?

Quem acha que o amor é um campo de batalha geralmente opta pela insistência. Quem acha que ele é uma ocorrência espontânea tende a escolher a desistência (embora isso pareça feio). Na prática, como não temos 100% de certeza sobre as coisas, e como não nos controlamos 100%, oscilamos entre uma e outra posição, ao sabor das circunstâncias e do tamanho do envolvimento. Mas a maioria de nós, mesmo de forma inconsciente, traça um limite para o quanto se empenhar (ou rastejar) num caso desses. Quem não tem limites sofre além da conta – e frequentemente faz papel de bobo, com resultados pífios.

Uma das minhas teorias favoritas é que mesmo que a pessoa ceda a um assédio longo e custoso a relação estará envenenada. Pela simples razão de que ninguém é esnobado por muito tempo ou de forma muito ostensiva sem desenvolver ressentimentos. E ressentimentos não se dissipam. Eles ficam e cobram um preço. Cedo ou tarde a conta chega. E o tipo de personalidade que insiste demais numa conquista pode estar movida por motivos errados: o interesse é pela pessoa ou pela dificuldade? É um caso de amor ou de amor próprio?

Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. Você está ali, na vida (no trabalho, na balada, nas férias, no churrasco, na casa do amigo) e a pessoa simplesmente gosta de você. Ou você se aproxima com uma conversa fiada e ela recebe esse gesto de braços abertos. O que pode ser melhor do que isso? O que pode ser melhor do que ser gostado por aquilo que se é – sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações? Neste momento eu não consigo me lembrar de nada.

*Colunista da Época

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Linha reta


"Ele não possuía atributos físicos tampouco sabia como beijar uma garota. Atrapalhava-se nas mínimas coisas, na maneira de sentir, tocar e falar. Não era engraçado e sua conversa, costumeira. Seu jeito lento e pouco intenso se aliou a perspectiva de mudança que Clarice ansiava. O momento oportuno entre duas pessoas que não se desejavam. Um encontro casual para desviar a seriedade da vida, apenas um retardar de passos entre duas almas preguiçosas."

sábado, 30 de julho de 2011

Um motivo para não ignorá-lo, Paulinho Moska.


Do Amor

Não falo do AMOR romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com AMOR. Chamam de AMOR esse querer escravo, e pensam que o AMOR é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o AMOR já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta. A virtude do AMOR é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O AMOR está em movimento eterno, em velocidade infinita. O AMOR é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do AMOR nos domine?

Minha resposta? O AMOR é o desconhecido.

Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o AMOR será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do AMOR é a de um ser em mutação. O AMOR quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.

A vida do AMOR depende dessa interferência. A morte do AMOR é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o AMOR não podemos castrá-lo.

O AMOR não é orgânico. Não é meu coração que sente o AMOR. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O AMOR faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O AMOR brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o AMOR grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do AMOR, se estivermos também a devorá-lo.

O AMOR, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o AMOR a navega. Morrer de AMOR é a substância de que a Vida é feita. Ou melhor, só se Vive no AMOR. E a língua do AMOR é a língua que eu falo e escuto.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por um sim

Nem tudo leva à paixão, meu bem.

Folhetim, de Chico Buarque


Se acaso me quiseres,
Sou dessas mulheres
Que só dizem "sim!",
Por uma coisa à toa,
Uma noitada boa,
Um cinema, um botequim.

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda,
Qualquer coisa assim,
Como uma pedra falsa,
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim.

E eu te farei as vontades.
Direi meias verdades
Sempre à meia luz.
E te farei, vaidoso, supor
Que é o maior e que me possuis.

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte:
Te afasta de mim,
Pois já não vales nada,
És página virada,
Descartada do meu folhetim.

#post.it

Meu corpo está sentindo sua falta, amanheceu meio franzino e encolhido... pede socorro, deseja mais uma vez você. E eu neste momento não tenho poder algum, estou fora o vendo tomar formas.. pois afinal ele nunca foi sujeito em mim. Um prazer até suspeito, mas ainda assim prazer e uma vez sentido não se deve olhar a origem. Uma bebida deliciosa, só mais um copo e talvez esteja saciado. Senão, outros corpos virão...

#4

O sapo beijou a princesa e o efeito foi o reverso, a não ser pelo simples detalhe que o sapo virou príncipe como manda a fábula.. mas a princesa, a coitada, foi largada pelo sapo que, claro, adorou a nova forma e saiu por ai experimentado sensações novas (ou, novas mulheres) com seu novo eu majestoso. Essa sempre foi a fábula verdadeira, o encantamento nunca dura muito tempo e o bem feitor nunca é recompensado. O pior, o bem feitor é sempre o largado com as lembranças que só servem para ele e com uma cara de pastel a ver navios, ou melhor, livros e uma página em branco que precisa ser escrita mas que o efeito embriagador do beijo insiste em não passar.
Um corpo, todo desejo.


sábado, 16 de julho de 2011

#post.it

Triste por você, solidária a você. Mas, jamais, um retorno ao passado ou uma tentativa de rescrevê-lo. Pois, estou cada vez mais curtindo transar comigo mesma, descobrir que tenho sabores deliciosos e, que quando quiser posso degustar outros sabores externos a mim, retornar satisfeita, sem culpa e sola.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Depois da faculdade, o que vem?



Para alguns, uma pergunta ridícula, para outros, uma pergunta pertinente e amedrontadora. Se eu seguisse uma reta lógica e fosse uma pessoa cheia de certezas, seguiria no caminho dos livros, participaria da seleção de mestrado e depois o doutorado. Mas para mim, confesso, seria uma atividade solitária e pouco útil socialmente.
Estudo Letras e ao optar por tal curso, pensei no prazer que a leitura me causava e a vontade de estudar línguas estrangeiras. Não pensei nem um pouco no meu papel na sociedade tampouco no lado financeiro, apenas visei uma possibilidade de estudos, uma extensão do colégio porém com disciplinas voltadas ao meu gosto pessoal. E acabei levando o curso assim, adiando por comodismo, pois trancar significava me dedicar ao nada e pensar no que fazer. Agora estou eu com o curso no fim, apenas o tcc em dependencia e pouca disposição em fazê-lo (não por falta do que falar ou por não gostar, mas por pura falta de sentido).
O mestrado e o doutorado seriam atividades decorrentes do meu curso e essenciais para seguir a carreira, pois ensinar em escola privada ou pública não é lucro nenhum por diversos motivos, acaba aqui a falácia do professor edificante e sentimental. Passar 2 anos e depois 4 anos ganhando se matando de estudar para só depois obter algum êxito na profissão não me anima nem um pouco. Seria colher frutos maduros demais. Por outro lado, estudar tanto tempo algum autor específico é minar minha vontade de ser útil já para com a sociedade. Ter contato imediato com a população carente, usar de alguma forma um pequeno poder em favor dos marginalizados. (Eu sei que pode ser balela para alguns, mas o clichê nunca fez tanto sentido agora).
Estou em crise com o término do curso e quando vejo colegas de curso sofrendo em escolas ou trabalhando em ramo diverso, fic0 ainda mais amendrontada. Será que sou a única perdida diante de tantas escolhas no mundo, tantos caminhos que te fazem parar no meio da encruzilhada para pensar nas consequências de cada um? estado de paralização total.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Família = Imposto




Todo mundo tem uma família que dar "um pouco" dor de cabeça, parece que é uma regra da vida em sociedade. Tios xeretas, primos pentelhos, avós ranzinzas, uma ovelhinha negra e o contraste deste a seguir, o orgulho da família. Há também os que a família pegam no pé, não quer grudar e gera todo tipo de expectativa como também o que não se pode esperar nada, apenas reclamar, porém ambos são centros de atenções para falatórios numa roda de natal ou ano novo.
Claro, estou falando aqui em estereótipos que por vezes são mais comuns que nós pensamos.
Quem não tem alguma pontinha de raiva de parente que atire a primeira pedra no meu post.
Mas não estou aqui para escandalizar e gritar que tudo é ruim, são apenas pequenas observações minhas.
Quando assisto seriados ou filmes americanos, pouco percebo a presença da família na vida de um ser adulto. As quatro amigas de Nova York em sex in the city, por exemplo, são independentes e contam uma com as outras para todos os tipos de momentos, e a família não aparece no seriado, apenas citados em algumas cenas. E a vida que elas levam são de livre escolha, livre pensamento... Não há cobranças, recriminações, medos ou mentiras.
Não quero excluir a presença da família, sei que é de extrema importância na formação de uma pessoa, mas é a única e para sempre?
Li uma vez em um livro de inglês que, na Inglaterra, os filhos saem mais cedo de casa, no início da idade adulta e nos E.U.A também não é diferente, eles saem para estudar fora e aprender a se virar sozinho. No Brasil, parece que adotamos a cultura de jamais deixar os filhos bater as asas e alguns até gostam disso, e fazem do pequeno ninho um lugar confortável.
E os que saem de casa? Se estiver na mesma cidade, uma hora ou outra o telefone toca para perguntar não como você está, mas para cobrar qualquer tipo de atitude ou reclamar algumas outras. E se o ano passou cheio de burburinhos, frases soltas e alfinetes, o final do ano te espera como se nada tivesse acontecido. E esses compromissos são sagrados, a Bíblia decretou que se cumpra mesmo que não saiba o porquê e vá apenas para não ser o parente da lista negra.
Algumas família são assim, possuem essa peculiaridade de impor suas vontades aos outros que por estarem vivendo suas vidas é motivo suficiente para "pegar no pé" de todas as formas possíveis e insuportaveis. Há os que tem a coragem de dar um basta, falar e expor o que está sentindo de maneira clara, e outros na covardia tímida apenas se calam causando mal a própria saúde.
Complicado, mas assim é o nosso retrato familiar brasileiro. Felizardos os que escapam dessa regra e infelizes os que tem familiares tributáveis, uma relação estressante que você pode pagar mensalmente ou pagar de uma vez no começo do mês, se tiver a coragem de falar, mas o preço é tão amarguinho que te deixa alguns meses sem grana e isolada colhendo o risco da verdade, porém aliviada, incrivelmente aliviada.

P.S.: Mãe, pai e até irmãos não se incluem nessa lista, pois estes são de casa... =D

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

#2011

Apesar do hiato, aqui sempre será meu apego. Impossível viver sem escrever o que em mim fica calado. Ano novo, vida velha. Idiotice pensar que tudo muda com o ano que chega, que seremos diferentes do que fomos no ano anterior ou que tudo vai melhorar porque julgamos que assim é justo. Eu continuo a mesma Dayane de ontem, vivendo as mesmas prerrogativas e as mesmas dificuldades. Não espero nada do ano, porque este não pode me dar nada... o que posso ganhar é que eu puder fazer por mim, o fruto do meu esforço e suor. E, na tentativa falha, não criar expectativas, para a frustração não ser grande.
Enfim, adeus ano velho, bem-vindo ano novo. E que eu possa fazer o melhor por mim.