quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Depois da faculdade, o que vem?



Para alguns, uma pergunta ridícula, para outros, uma pergunta pertinente e amedrontadora. Se eu seguisse uma reta lógica e fosse uma pessoa cheia de certezas, seguiria no caminho dos livros, participaria da seleção de mestrado e depois o doutorado. Mas para mim, confesso, seria uma atividade solitária e pouco útil socialmente.
Estudo Letras e ao optar por tal curso, pensei no prazer que a leitura me causava e a vontade de estudar línguas estrangeiras. Não pensei nem um pouco no meu papel na sociedade tampouco no lado financeiro, apenas visei uma possibilidade de estudos, uma extensão do colégio porém com disciplinas voltadas ao meu gosto pessoal. E acabei levando o curso assim, adiando por comodismo, pois trancar significava me dedicar ao nada e pensar no que fazer. Agora estou eu com o curso no fim, apenas o tcc em dependencia e pouca disposição em fazê-lo (não por falta do que falar ou por não gostar, mas por pura falta de sentido).
O mestrado e o doutorado seriam atividades decorrentes do meu curso e essenciais para seguir a carreira, pois ensinar em escola privada ou pública não é lucro nenhum por diversos motivos, acaba aqui a falácia do professor edificante e sentimental. Passar 2 anos e depois 4 anos ganhando se matando de estudar para só depois obter algum êxito na profissão não me anima nem um pouco. Seria colher frutos maduros demais. Por outro lado, estudar tanto tempo algum autor específico é minar minha vontade de ser útil já para com a sociedade. Ter contato imediato com a população carente, usar de alguma forma um pequeno poder em favor dos marginalizados. (Eu sei que pode ser balela para alguns, mas o clichê nunca fez tanto sentido agora).
Estou em crise com o término do curso e quando vejo colegas de curso sofrendo em escolas ou trabalhando em ramo diverso, fic0 ainda mais amendrontada. Será que sou a única perdida diante de tantas escolhas no mundo, tantos caminhos que te fazem parar no meio da encruzilhada para pensar nas consequências de cada um? estado de paralização total.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Família = Imposto




Todo mundo tem uma família que dar "um pouco" dor de cabeça, parece que é uma regra da vida em sociedade. Tios xeretas, primos pentelhos, avós ranzinzas, uma ovelhinha negra e o contraste deste a seguir, o orgulho da família. Há também os que a família pegam no pé, não quer grudar e gera todo tipo de expectativa como também o que não se pode esperar nada, apenas reclamar, porém ambos são centros de atenções para falatórios numa roda de natal ou ano novo.
Claro, estou falando aqui em estereótipos que por vezes são mais comuns que nós pensamos.
Quem não tem alguma pontinha de raiva de parente que atire a primeira pedra no meu post.
Mas não estou aqui para escandalizar e gritar que tudo é ruim, são apenas pequenas observações minhas.
Quando assisto seriados ou filmes americanos, pouco percebo a presença da família na vida de um ser adulto. As quatro amigas de Nova York em sex in the city, por exemplo, são independentes e contam uma com as outras para todos os tipos de momentos, e a família não aparece no seriado, apenas citados em algumas cenas. E a vida que elas levam são de livre escolha, livre pensamento... Não há cobranças, recriminações, medos ou mentiras.
Não quero excluir a presença da família, sei que é de extrema importância na formação de uma pessoa, mas é a única e para sempre?
Li uma vez em um livro de inglês que, na Inglaterra, os filhos saem mais cedo de casa, no início da idade adulta e nos E.U.A também não é diferente, eles saem para estudar fora e aprender a se virar sozinho. No Brasil, parece que adotamos a cultura de jamais deixar os filhos bater as asas e alguns até gostam disso, e fazem do pequeno ninho um lugar confortável.
E os que saem de casa? Se estiver na mesma cidade, uma hora ou outra o telefone toca para perguntar não como você está, mas para cobrar qualquer tipo de atitude ou reclamar algumas outras. E se o ano passou cheio de burburinhos, frases soltas e alfinetes, o final do ano te espera como se nada tivesse acontecido. E esses compromissos são sagrados, a Bíblia decretou que se cumpra mesmo que não saiba o porquê e vá apenas para não ser o parente da lista negra.
Algumas família são assim, possuem essa peculiaridade de impor suas vontades aos outros que por estarem vivendo suas vidas é motivo suficiente para "pegar no pé" de todas as formas possíveis e insuportaveis. Há os que tem a coragem de dar um basta, falar e expor o que está sentindo de maneira clara, e outros na covardia tímida apenas se calam causando mal a própria saúde.
Complicado, mas assim é o nosso retrato familiar brasileiro. Felizardos os que escapam dessa regra e infelizes os que tem familiares tributáveis, uma relação estressante que você pode pagar mensalmente ou pagar de uma vez no começo do mês, se tiver a coragem de falar, mas o preço é tão amarguinho que te deixa alguns meses sem grana e isolada colhendo o risco da verdade, porém aliviada, incrivelmente aliviada.

P.S.: Mãe, pai e até irmãos não se incluem nessa lista, pois estes são de casa... =D